Aquele diálogo eterno que os técnicos ouvem em seus ouvidos antes de partidas decisivas, com o diabo falando que não perder fora de casa é o mais importante e no outro lado o anjo, a voz do bem, pedindo para que coloque o seu time em campo para vencer, ocorreu nesta quarta-feira. Osmar Loss, treinador do Inter, seguiu o discurso cauteloso. A escolha se mostrou espinhosa para enfrentar o Independiente, no Estádio Libertadores de América, em Avellaneda.Atuando para não perder, o Inter encontrou a derrota ao término dos primeiros 90 minutos da final da Recopa Sul-americana. O gosto de uma vantagem chegou a ser sentido, mas os colorados cederam a virada e a vitória por 2 a 1 para os argentinos.
Nas conquistas que o clube gaúcho empilhou nos últimos anos, uma das lições aprendidas é que não se pode desperdiçar chances. Atuando todo recuado, o Inter conseguiu abrir o placar com Leandro Damião, aos 36 minutos do primeiro tempo.
Mas o preço pela postura demorou pouco tempo a ser pago. Cinco minutos depois, Julián Velazquez empatou de cabeça.
Mesmo que tenha se mostrado mais disposto no segundo tempo, os campeões da Libertadores de 2010 não conseguiram aproveita as duas chances que surgiram. Em cobrança de falta de Perez, o Rei das Copas e atual vencedor da Copa Sul-americana virou o placar.
O resultado obriga a equipe brasileira a vencer o confronto de volta para ser campeã, em 24 de agosto, no Beira-Rio. A decisão não conta com gol qualificado. Uma vitória colorada por um gol leva a busca do bicampeonato para a prorrogação. Para erguer a taça sem o sofrimento do tempo extra, o Inter precisará conquistar uma vantagem de dois gols.
O jogo - A escalação do Inter apontava um time com dois atacantes. Em campo, pela postura defensiva, parecia que não havia nenhum, mas Leandro Damião estava lá para cumprir o seu papel de camisa 9. Em jogada de Nei, o centroavante colorado se antecipou a um zagueiro e ao goleiro para marcar, aos 36 minutos do primeiro tempo. O lance foi um Oasis em meio ao deserto criativo do Inter no primeiro tempo.
Recuados, os colorados mostraram como se portariam desde as primeiras movimentações. Marcando a partir da intermediária defensiva, a equipe gaúcha tentava controlar o adversário e levar perigo em uma escapada. Jô e Damião, muitas vez, atuavam em linha, facilitando o trabalho dos defensores. Sem conseguir tocar a bola e sem lances individuais, o Inter via o jogo se desenvolver no seu campo, na proximidade de seu gol. O Independiente carecia de brilho, assustando em chutes de fora da área.
A vantagem no placar não foi desfrutada por muito tempo. Cinco minutos depois de ter saído na frente, o campeão da Libertadores de 2010 cedeu o empate. Julián Velazquez se antecipou a Bolívar e testou para as redes.
Um novo posicionamento para Tinga foi adotado no segundo tempo. Com o meio-campista mais adiantado, os brasileiros conseguiram aumentar o raio de ação do jogo. Deste modo, passaram a rondar mais a área adversária, Leandro Damião ficou a poucos centímetros de tocar na bola e fazer o segundo logo que o confronto recomeçou.
Los Rojos paravam nas mãos de Muriel em chutes de fora da área. Tinga quase ampliou em arremate que esbarrou no travessão. A virada argentina chegou em cobrança de falta de Pérez, aos 27 minutos. Ele chutou, a bola bateu em um companheiro posicionado ao lado da barreira colorada, desmontando Muriel e dando a vantagem ao Independiente.
Damião viu, em pancada de fora da área, o goleiro espalmar. Ali morreu a chance de empatar a partida. Ali se enraizou a obrigação colorada de vencer no Beira-Rio. No fim, Nievas acertou de cabeça a trave gaúcha.
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