A necessidade continua sendo patrocinadores para viabilizar
a continuação
Nesta terça-feira fez exatamente uma semana do episódio mais
marcante nesta temporada do Jaraguá Futsal, quando a equipe chegou a anunciar o
fim das atividades devido à falta de pagamento de salários. O fato revertido
horas depois da diretoria da ADJ aceitar a proposta do grupo, de assumir a
gestão do clube em troca da dívida. Porém, desde então nada evoluiu. Em
entrevista, o goleiro Franklin, líder dentro do grupo para negociar essas
questões com a diretoria, revela que essa semana deve ser decisiva para a continuação
do projeto, pelo menos com este grupo de jogadores.
Rádio Jaraguá: Após o ocorrido na ultima terça-feira, quais
são os fatos novos?
Franklin: Palpáveis são poucos. O que aconteceu foi que
apareceu muitas pessoas solidárias para ajudar, querendo ceder espaço para os
atletas se hospedarem ou se alimentarem. Outro fato é que estamos negociando de
forma civilizada com a direção do Jaraguá, todos com o pensando do melhor para
o projeto, que é a continuação. O projeto maior é o futsal, não eu e nem a
diretoria.
Rádio Jaraguá: A necessidade urgente é de dinheiro para
acertar as contas. Alguma novidade?
Franklin: Não e este é o principal problema. Não temos mais
argumentos para convencer estes atletas a entrarem em quadra e jogar. Já
passamos do limite e está insustentável eles continuar. Todos os atletas estão
com muita dificuldade e o agravante é que não receberam nada do ultimo mês.
Eles vinham recebendo picado, mas agora nem isso ocorreu. Por isso demos essa
semana como prazo final para resolver a situação. Caso não ocorre nenhuma
novidade no âmbito financeiro, acredito que esses jogadores não devem
continuar. Eu estou agindo de acordo com o desejo dos atletas. E, passado o
jogo de ontem, se o grupo se reunir e decidir parar de jogar não posso fazer
nada. Tudo é resolvido com todo o grupo único e com o voto de todos, vence a
maioria.
Rádio Jaraguá: Depois que o grupo EL SHADDAI anunciou que
não iria mais patrocinar a equipe você abriu conversações com um dos sócios
desse grupo, que é pai de um jogador do Jaraguá. Existe a possibilidade dele
injetar dinheiro para resolver os problemas financeiros da equipe?
Franklin: Converso pessoalmente com ele por telefone e ele
deixa claro que dentro do trabalho profissional ele contribuiria em caso de
êxito em algumas ações na atualidade. Também deixei claro que essa contribuição
no momento teria que ser com um valor razoável, que pelo menos viabilizasse uns
dois ou três salários para que possamos tomar qualquer atitude. Agora, não
podemos contar apenas com esse patrocinador. O que temos de fazer é divulgar
para o mundo todo que esse projeto é um foco maravilhoso de marketing e quem
tem um foco de crescimento empresarial este é o lugar certo para se investir.
Rádio Jaraguá: Com a diretoria o assunto está resolvido. A
proposta do grupo assumir a equipe ainda está valendo?
Franklin: Essa questão é bem mais complexa do que a gente
imagina. Isso foi uma proposta que surgiu em meio ao ocorrido no momento, há
uma semana atrás. Mas, urgente, precisamos resolver os problemas do projeto e
isso só será uma realidade se conseguirmos patrocinador. Obvio que nós (equipe)
não podemos assumir se não termos garantido um parceiro muito forte. Sem uma
empresa para viabilizar na realidade só mudaria de uma gestão para outra e o
projeto acabaria igual. Temos que esquecer isso e pensar em algo maior, que é
buscar verbas. Depois resolvemos essas questões com diretoria e quem será
responsável pela continuidade do projeto.
Rádio Jaraguá: Você foi chamado por um proprietário de um
hotel e recebeu uma notificação. O que ocorreu?
Franklin: Quero esclarecer que nessas entrevistas dadas
referente ao assunto, em nenhum momento eu quis expressar que algum hotel
colocou os atletas para rua. Bem pelo contrário, porque todos os proprietários
de hotel e imobiliárias que temos atletas morando são pessoas que contribuem
muito com o projeto do futsal e, pelo contrário, acolherem os jogadores até por
mais tempo que o previsto conforme a programação. Algumas pessoas entenderam de
uma forma diferente o que tentei explicar e isso gerou um mal-estar.
Rádio Jaraguá: Mesmo com salários atrasados a sete meses os
jogadores representaram a equipe. Como você descreve isso?
Franklin: Eu só tenho a elogiar esses meninos, que lutam
pelo nome de Jaraguá do Sul. Qualquer pessoa que estivesse nessa situação teria
dificuldade de exercer a profissão, ainda mais dentro do esporte que você
precisa trabalhar em grupo e ter reações imediatas a cada lance da partida. Até
agora todos tiveram uma excelência que chega a surpreender e nos deixar muito
agradecido por lutarem desse jeito por essa equipe. Mas agora é inevitável
continuar. Os atletas estão no limite, inclusive emocional, e não temos mais
como continuar.
Fonte: Rodrigo Floriani/Futsal de Primeira
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